sexta-feira, 23 de setembro de 2011

NOTA SOBRE A GREVE DOS CORREIOS

A campanha salarial dos trabalhadores dos Correios teve início no dia 12 de julho, quando a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos – FENTECT protocolou a Pauta Nacional de Reivindicações na ECT. Foram mais de 60 dias de diálogo, tempo suficiente para que a direção da empresa apresentasse uma proposta condizente com a realidade da categoria.
Hoje a ECT é a estatal que paga os piores salários, seja para os cargos de nível básico, técnico ou mesmo superior. Em conjunto com os baixos salários, a categoria tem sofrido com a falta de funcionários. Desde 2009 a ECT não realiza contratações. Essas duas situações permitiram que, mesmo com esta realidade adversa aos trabalhadores, os Correios conseguisse altos índices de produtividade e lucratividade.
Porém, da mesma forma que o lucro e a produtividade cresceram, a quantidade de trabalhadores afastados por doenças do trabalho, conseqüência do excesso de serviço, também cresceu.
Conseqüentemente a qualidade do serviço foi afetada e, em nenhum momento a direção dos Correios dialogou com os trabalhadores ou população no sentido de esclarecer os motivos da queda na qualidade da prestação dos serviços postais.
A FENTECT sempre esteve disposta a negociar, mas também exige respeito aos trabalhadores.
Houve tempo suficiente para a direção da ECT apresentar uma proposta que contemplasse a categoria. Os trabalhadores não vão mais aceitar o discurso de que as negociações só irão retornar com a volta ao trabalho. A categoria acreditou nessa história uma vez e o concurso que estava previsto para dezembro de 2009 só está sendo concretizado quase 2 anos depois. Queremos negociações imediatas.
Os trabalhadores que estão em greve ficaram revoltados com as declarações do Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e do presidente da ECT, Wagner Pinheiro. A categoria exige mais respeito, pois cada um que está na greve busca uma vida digna e honesta. Grevista não está de férias, está lutando por seus direitos. Estranho é verificar que, tanto Paulo Bernardo quanto Wagner Pinheiro, fizeram suas carreiras políticas realizando greves, e agora resolvem fazer um julgamento tão equivocado sobre os trabalhadores grevistas.
Diante do exposto, o posicionamento da FENTECT neste momento é pela continuidade e
fortalecimento da nossa GREVE por entender que ela é nosso maior poder de negociação.

José Rivaldo da Silva
Secretário Geral FENTECT


CAMINHADAS: Estou orgulhoso desse momento, depositei meu voto na atual Diretoria do SINTECT/MA, consequentemente na Diretoria da FENTECT e vejo meu voto honrado pela coragem das Entidades representativas dos trabalhadores e trabalhadoras ecetistas de todo o Brasil defenderem de forma segura e intransigente os direitos da categoria.
PARABÉNS!!!

Um comentário:

  1. Vou colocar aqui o posicionamento (meio a contra gosto) emitido pelo NNPECT ontem.

    http://nnpect.weebly.com/orientacao.html


    Assumindo a POSSIBILIDADE REMOTA da ADCAP ainda ser esse bixo de 7 cabeças então está mais do que na hora de tomar providências quanto a isso.

    Porém, nenhum adcapiano forçou o ministro a determinar o que ele determinou com o corte no ponto dos trabalhadores em greve. Nenhum adcapiano pode obrigar a diretoria administrativa a decretar o fechamento dos canais de negociação forçando os sindicatos a dependerem da mídia para achegar ao presidente da empresa. E com certeza nenhum adicapiano ou membro de partido nanico consegue ter tamanha influência de levar esse mar de gente em vários estados desse país a permanecer em greve contra a vontade do trabalhador. Ferrer foi feliz em dizer que o que deu sustento a tal situação foi o cenário de opressão que continua a permear a ECT, de falta de condições de trabalho e salários pequenos. E sejamos francos ... Queremos saber do lado de quem a CUT, o governo e a direção da empresa estão. Pois os atos destes tem refletido muito bem ao que vieram com seus descontos no holerite e sua falta de diálogo.

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